Tem gente que herda propriedades. Outros recebem de herança grandes somas de dinheiro. Outros, ainda, livros. Na minha família, deixamos plantas.
Minha avó materna, Cecília, contava que a espada-de-São-Jorge anã era a única lembrança que havia preservado de sua mãe, a italiana Ângela.
Quando Cecília faleceu, em 2008, entre seus poucos pertences havia um vaso repleto de mudas desta plantinha. Minha mãe, que me ensinou a amar plantas como se deve amar um ser que é vivo, me confiou o legado que está na família há quatro gerações.
Parece que estou me saindo bem na tarefa, o que atribuo à facilidade com que a mudinha vive e se multiplica. Aliás, ela é perfeita para forrações, mas também fica muito atraente em vasinhos pequenos e delicados, até porque vai bem em interiores.
Outro dia me peguei pensando no significado simbólico desta herança. De alguma maneira, é uma lembrança de que é preciso ter alma de guerreiro para levar a vida com a dignidade que ela merece. Mas as formas arredondadas da espadinha também lembram que a vida pede doçura. Como diria Che Guevara, "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."
Monica Martinez
Foto: Eugenio Menezes
Ficha técnica
Família: Angiospermae - Ruscaceae.
Altura: 15-20cm.
Ambiente: meia-sombra (as folhas ficam mais verdinhas) ou pleno sol.
Solo: Terra fértil e permeável.
Clima: Tropical. Planta rústica que resiste bem à seca.
Origem: África.
Época de Floração: As variedades anãs não costumam florescer.
Propagação: Multiplica-se por separação das brotações laterais da planta.
sábado, 12 de março de 2011
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